quarta-feira, 16 de maio de 2012

IMI EM FOTOS

     Há já uns anos que em conversa eu dizia a colegas e amigos meus que o imposto de que tinha mais receio quando fosse alterado, era o IMI. Quando a "troika" entrou na Grécia e no pacote de medidas incluiu uma profunda revisão da fiscalidade sobre o património, pensei que estava aberto o precedente para ser copiado por Portugal. Logo a seguir, o governo grego, ávido de receitas, fez uma alteração ao imposto sobre o património que provocou subidas brutais no imposto a pagar. Recordo-me de ouvir entrevistas a cidadãos gregos que referiam valores inacreditáveis, de mais de 5000 euros anuais, por habitações normais! Soubemos depois que, dada a impossibilidade de efectuar a revisão fiscal de todos os fogos em tempo útil, o governo grego estava a adoptar o método da fotografia aérea para detectar sinais de riqueza, como piscinas, court de ténis, estufas, etc. As telas de vedação esgotaram rapidamente, para cobrir as piscinas e assim escaparem nas fotografias, qual camuflagem em tempo de guerra... Também na altura disse que o melhor era comprarmos nós alguma tela, porque talvez nos fosse brevemente necessária... Riram-se do meu dichote, que tantas vezes se vem a revelar premonitório! Soube-se agora que avaliações disparatadas, que têm motivado reclamações dos proprietários, são feitas com base em fotografia aérea através do Google Earth... Afinal as telas faziam mesmo jeito! E o secretário de estado da tutela diz que está satisfeito porque há poucas reclamações; pudera, com o valor imoral do custo de cada uma, que não é devolvido quando não há alteração para menos... ( ou seja, quase nunca). Quanto a mim, espero que os feijões e as favas semeadas no terreno adjacente não sejam consideradas sinais de luxo e taxadas em conformidade!

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