sexta-feira, 18 de maio de 2012
COVIL DE LADRÕES
Portugal está transformado num covil de ladrões. Roubar tornou-se um acto banal, que quase deixou de ser condenável e ainda menos sujeito a condenação. E, face ao baixar da guarda dos preceitos morais e éticos e da pouco menos que completa paralisia dos sistemas policial, judiciário, e penal, entrámos numa era que enoja e enche de repulsa as pessoas honestas que ainda vão resistindo a este ambiente em que "tudo rouba minha gente" e de "fartar vilanagem". É que roubar não é apenas entrar num banco ou numa ourivesaria de pistola na mão e sair com o dinheiro ou o ouro roubado. Rouba também o merceeiro que introduz no teclado da balança o preço de 1,60€ quando o artigo está marcado a 1,30€, ou se engana sistematicamente no troco (a seu favor, é claro), rouba o profissional liberal quando declara 485€ de rendimento mensal e aufere milhares efectivamente, rouba o patrão quando paga mal ao empregado e lhe podia pagar melhor, rouba o empregado quando está em casa com uma baixa fraudulenta. Os exemplos encheriam fastidiosamente páginas deste écran. Mas as grandes "golpadas" sucedem-se: hoje foi desmantelada uma rede de branqueamento de capitais que envolve valores astronómicos. Curiosamente, os envolvidos são sempre das mesmas áreas... Não estão lá carpinteiros, escriturários ou mecânicos; são sempre políticos, advogados, empresários... Porque será? É cometimento bem mais rendoso e menos arriscado roubar no conselho de administração de um banco do que de pistola na mão num dos seus balcões. Veja-se os exemplos de BPN e BPP... Até porque as probabilidades de ser punido inclinam-se muito mais para o lado do pistoleiro! E é também curioso verificar que estes casos de grande corrupção e alta criminalidade de "colarinho branco", são quase sempre trazidos à luz por investigação jornalística ou denúncia e não por quem é pago e incumbido de acusar e investigar. Estamos verdadeiramente a navegar à bolina e atolados num lamaçal, cada vez mais viscoso e repugnante. Comparo Portugal a um animal prostrado, agonizante, exangue, crivado de sanguessugas a chupar-lhe o sangue. E não há quem nos acuda...
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Não é só Portugal, João.
ResponderEliminarÉ o mundo inteiro, sem excepção.
Não me lembro onde, há poucos dias, li:
- Falta muito para o Noé II?
Abçº
Sei que, infelizmente, tens razão, meu caro. O dinheiro parece que anda a enlouquecer a Humanidade e acabará por destruí-la. Há um polvo gigante com tentáculos espalhados por todos os locais onde habita o Homem. A minha bisavó, que era sábia, dizia que "para o fim do mundo só haveria pu* pan* e ladrões". Está a confirmar-se a profecia, o que indica que o fim do mundo deve estar perto...
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