Foi hoje divulgada uma boa notícia sobre o desempenho da nossa economia (haja Deus!). As nossas exportações atingiram um valor recorde no primeiro trimestre do ano e o montante das importações baixou, face ao período homólogo do ano anterior, o que fez baixar o défice das trocas com o exterior para o valor mais baixo de sempre, cerca de 800 milhões de euros. Ainda assim, é um défice! Défice que poderia ser anulado se os portugueses dessem prioridade aos nossos produtos na hora das escolhas em lojas e supermercados. Eu sempre o fiz, ainda ninguém falava em comprar português. Mesmo que pague ligeiramente mais, prefiro sempre produtos portugueses, a não ser que sejam de qualidade manifestamente inferior. Porque os cêntimos que eventualmente poupamos ao optar por um produto estrangeiro, ( e nem sempre é assim) iremos pagá-los mais tarde em subsídios de desemprego, em aumento de impostos e outros custos não mensuráveis. Mas também nos acontece querer comprar o que é nosso e não conseguirmos.
Todos os anos me desloco à Cova da Beira em Junho, propositadamente, para ali comprar, junto à estrada, as melhores cerejas de Portugal, acabadinhas de colher nas árvores ali ao lado. Há um par de anos, estava nas termas de Manteigas e decidi ir à Covilhã às compras. Como estávamos em Junho, queria cerejas do Fundão. Fui a todas as grandes superfícies da zona comercial junto ao hospital e não consegui encontrar cerejas portuguesas. Havia fruta do Brasil, da Costa Rica, da Colômbia, do Equador, do Chile, da Califórnia, da África do Sul, da Espanha, França, Itália, até de Israel! Mas cerejas portuguesas, não! Essas só havia nas árvores carregadas uns 30 Km mais a sul... Paradoxalmente, que vão em boa parte para o estrangeiro, que parece apreciar melhor o que é nosso! Não comprei nada! Furioso com o país e com os empresários de sucesso que temos, fui à serra da Gardunha ali ao lado, parei nos meus locais de sempre e comi cerejas até me fartar!
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