quarta-feira, 28 de março de 2012
PRODUTIVIDADE
As alterações às leis laborais e a redução do número de feriados e de dias de férias, trouxeram de novo para a discussão pública, a questão da produtividade em Portugal, ou da falta dela. Este tema permite muitas abordagens, dependendo do lado de quem o está a analisar. Os patrões dizem que a culpa é dos empregados, que produzem pouco; estes, culpam os empresários que, segundo eles, têm défices de habilitações, de conhecimentos e de espírito empreendedor. Penso que a razão está de ambos os lados. As estatísticas colocam Portugal 30% abaixo da média da União Europeia, na produtividade. Os trabalhadores e seus sindicatos defendem-se, referindo que em Portugal já se trabalha mais horas do que na maioria dos outros países, portanto o problema não é da força de trabalho. Além disso, no estrangeiro os portugueses são considerados dos melhores trabalhadores que há. Pois... Mas a produtividade não pode ser apenas medida pelo número de horas de trabalho. Será que lá fora se fazem tantos intervalos para vir à rua fumar cigarros como nós vemos nas imediações das sedes das grandes empresas portuguesas? Ou consultas ao mail pessoal, facebook ou "sites" de internet no computador do escritório ou repartição, ou telefonemas particulares longos e frequentes para falar de questões banais ou para tratar de assuntos particulares?... Ou dos gestores e directores de empresas e organismos que medem a sua capacidade e modernidade de gestão pelas apresentações muito bonitas em powerPoint, muitos mapas e gráficos, e pelo número de reuniões que convocam, muitas delas perfeitamente redundantes e desnecessárias, numa febre de "reunite" só porque é moderno e fica sempre bem, retirando assim centenas de horas anuais de trabalho a quem é obrigado a estar presente nelas? Não andamos todos a fingir que não vemos que o rei vai nú?
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