quinta-feira, 22 de março de 2012

ENCERRAMENTOS

     Vão ser encerradas esquadras de polícia em Lisboa e no Porto. O motivo invocado é a baixa produtividade, aqui medida pelas poucas queixas e participações entregues. O pretexto é perverso e obedece a uma lógica maquiavélica, que já vi aplicada por exemplo no encerramento de linhas férreas. No caso das esquadras, o código penal ainda em vigor, que transformou os criminosos em vítimas e os cidadãos cumpridores em delinquentes, desincentiva completamente alguém a apresentar queixa contra quem e o que quer que seja, porque não vale a pena e arranja-se uma série de sarilhos. Assim, colabora-se com a estatística que apura uma redução da criminalidade e um número excessivo de esquadras. No caso das linhas férreas, começa-se por ir suprimindo composições, principalmente aquelas que melhor serviam as populações: deixa de se investir na manutenção das vias e do material circulante. Finalmente quando já não há passageiros e o material está podre e a cair aos pedaços, encerra-se por motivos de segurança! Quem diz que não há gente inteligente nos governos de Portugal?

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