quarta-feira, 8 de agosto de 2012

MEDALHAS E LAMÚRIAS

    Finalmente uma medalha para Portugal! Os dias passavam e já estávamos a desesperar, a pensar que iríamos regressar "em branco". O chefe da nossa delegação olímpica, perante os inevitáveis comentários de descontentamento pela fraca prestação dos atletas portugueses, já tinha desabafado, com alguma impaciência, que os portugueses têm que entender qual o lugar que Portugal ocupa no mundo, que somos um pequeno país, que as nossas condições não são idênticas às dos outros, etc. Porque é que são se limita a dizer a verdade? Que as coisas não têm corrido como desejaríamos, que tínhamos algumas expectativas que não se concretizaram, e sobretudo, porque os outros têm sido melhores que nós? Para quê as lamúrias do costume? As condições eram melhores no tempo de Carlos Lopes ou de Rosa Mota? É claro que nem sempre o país produz atletas deste calibre, tomaríamos nós que sim! Mas não nos venham falar das condições como razão para tudo o que acontece! As condições serão melhores em Cuba, Coreia do Norte, Hungria, Roménia, Jamaica, Etiópia, Quénia, Geórgia, Argélia, Arménia ou Azerbaijão, só para citar alguns dos países com medalhas conquistadas? Tudo grandes potências mundiais e expoentes máximos de desenvolvimento, como se vê! Que tal se começássemos de uma vez por todas a encarar as coisas com humildade, pragmatismo, frontalidade e sobretudo como ensinamentos úteis para utilização futura e correcção dos erros actuais? No desporto como em todas as outras áreas, onde normalmente reagimos da mesma forma.

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