quarta-feira, 13 de junho de 2012

LICENCIATURAS "À BOLONHESA"

    Saiu recentemente o resultado de um estudo (estudos é com os portugueses), que apurou que de 2005 a 2011 a percentagem de comparticipação do Estado no custo de formação de um estudante  universitário, desceu de 44 para 38%, enquanto que, inversamente, o das famílias subiu de 56 para 62%. Concluiu também que, em média, o custo anual da frequência de um curso superior, imputado às famílias, anda pelos 6000 euros. Eu já tinha chegado a esta conclusão há uns anos, sem precisar de nenhum estudo. Bastou-me saber fazer contas de somar. Tendo três filhos na universidade em simultâneo, há quatro anos, posso corroborar esse valor. Mas atenção, o valor é válido para a licenciatura... Quando apareceu o Processo de Bolonha, pareceu-me que a mudança trazia "água no bico". Reduzir a duração de licenciatura de 5 para 3 anos? Milagre? Disse para os meus filhos que, quanto a mim, o verdadeiro motivo era o Estado deixar de financiar 5 anos com propinas limitadas a 1000 euros anuais, para passar a financiar apenas 3 anos, liberalizando o seu valor nos anos seguintes a que chamam "mestrado". O resultado está à vista. De 1000 euros anuais na licenciatura, passaram para 5300 euros nos dois anos de mestrado. Estamos a falar de universidades públicas! Digam o que disserem, que serve para harmonizar programas e cursos na Europa, etc, quanto a mim, o resultado prático foi dividir 5 anos em 3+2 e nos dois últimos duplicar ou triplicar o valor das propinas dos primeiros. A minha conta bancária em erosão acentuada confirma-o sem necessitar de estudos...

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