sexta-feira, 29 de junho de 2012

PIIGS (A) FINAL !

   Afinal a capacidade de adivinhação de Platini é igual à do polvo, que previra a vitória da Dinamarca sobre Portugal. Ontem a Itália serviu um cálice amargo à Srª Merkl, ao que parece, por duas vezes: a primeira, em Varsóvia, ao eliminar a mais que favorita equipa alemã, sem apelo nem agravo, com uma exibição que pôs certamente Vicente del Bosque a cofiar o bigode pensativamente. E a segunda, na cimeira europeia a decorrer em Bruxelas, quando, aliada a Espanha, conseguiu fazer a chanceler alemã recuar nas posições intransigentes que defende há muito. Ainda é cedo para fazer balanços. Os juros da dívida pública de Espanha a 10 anos já superaram os 7% e os da dívida italiana para o mesmo prazo, os 6%. Hoje estão ambos em forte queda, devido às notícias de ontem. Mas, repito, é cedo para tirar conclusões. Continuo a pensar que estes são os dois próximos clientes da "troika". Entretanto, no futebol, são os PIIGS que estão a dar cartas. Contra o polvo e contra Platini, são os dois próximos candidatos ao resgate financeiro a discutir a vitória no Euro 2012, num jogo dirigido por um árbitro dum país já intervencionado (Portugal)... E esta heim, frau Merkl?

quinta-feira, 28 de junho de 2012

NO FUTEBOL COMO NA VIDA

      E pronto! Acabou o nosso sonho de conquistar uma grande prova desportiva internacional. Parabéns ao nosso "diabinho" Platini, que parece gostar tanto de nós como nós dele, pelo seu palpite, agora quase certo de uma final a seu pedido: Alemanha-Espanha. Agora vamos reflectir e reunir, que são as duas actividades de que mais gostamos, vamos encher horas de debates televisivos e páginas de jornais e de revistas, a digerir o acontecimento, a falar da injustiça, da falta de sorte, dos postes, da barra da baliza, do relvado, do árbitro...

   Acho que a nossa selecção teve uma boa prestação nesta fase final. Exceptuando o primeiro jogo com a Alemanha, gostei da qualidade de jogo e da entrega dos jogadores, que nem sempre existe, como bem sabemos. Mas as regras do futebol são bem conhecidas e não mudaram; ganha a equipa que marca mais golos. Por isso não vale a pena fazer exercícios de auto-flagelação, como sempre acontece quando se perde. Tivemos 60% de posse de bola, conquistámos 10 cantos contra 2 da equipa contrária, atirámos 2 bolas ao poste, uma à barra... Mas os outros foram uma vez à nossa baliza, marcaram um golo e ganharam o jogo! Uma injustiça!... Estou a referir-me aos comentários habituais, de dirigentes, treinadores, jogadores e outros.
    No futebol, como em tudo o resto, somos assim. Trabalhamos muito, atiramos muitas bolas aos postes, mas os outros é que marcam os golos e ganham os jogos. Apenas porque fazem o que é preciso: marcar golos. Será que alguma vez será diferente?

segunda-feira, 25 de junho de 2012

RASGAR CONTRATOS?NÃO!APENAS NÃO OS CUMPRIR...

    Há pouco tempo atrás o ministro da economia, respondendo a perguntas de jornalistas sobre a possível renegociação  das condições existentes sobretudo no sector das energias, entre o Estado e as empresas fornecedoras, mas também nas PPP, altamente lesivas para os cofres do Estado, afirmava que "Este governo não rasga contratos existentes". Pois bem, não precisa de os rasgar, afirmo eu! Basta apenas não os cumprir. E o precedente já foi aberto há muito tempo. Se não quisermos ir mais atrás, basta-nos os contratos colectivos de trabalho da função pública, assinados de livre vontade entre os representantes dos trabalhadores e os do Estado português. Ali está consagrado o pagamento de 14 vencimentos anuais. O mesmo acontece em relação aos pensionistas, que descontaram sempre sobre 14 salários por ano, para receberem 14 prestações anuais. Isto não são contratos? Não foram rasgados, simplesmente não estão a ser cumpridos! Pois argumente-se com a mesma razão: não há dinheiro para mais! E deixe de se pagar. As empresas que ponham o Estado português no tribunal. Este não pode invocar o superior interesse nacional? Ou esse interesse só existe sempre para os mesmos? Quando se sabe de que forma foram negociadas as PPP, como tem vindo a público, sem autorização do Tribunal de Contas, numa transferência directa de fundos públicos em benefício escandaloso de meia dúzia de empresas privadas? Que é esta a ponta do novelo porque a dívida pública subiu de 90 mil milhões de euros em 2005 para 160 mil milhões em 2011? E que vai subir exponencialmente a partir de 2013 se nada for feito em contrário? Não foi por causa da falência da Lehman Brothers que a nossa dívida pública e o défice descontrolado nos obrigaram a pedir assistência financeira! E já que o crime em Portugal compensa e a culpa morre sempre solteira, façamos coro com os estudantes que há uns anos gritavam: "Não pagamos, não pagamos"... Deixo-vos um link interessante sobre o assunto.
 http://www.youtube.com/watch_popup?v=CwFajqUQ3Lo&vq=large

sábado, 23 de junho de 2012

POLÍTICA E MENTIRA DE MÃOS DADAS

     O primeiro ministro espanhol adoptou e corporiza na perfeição a moderna maneira de fazer política a que, infelizmente, os cidadãos já se habituaram: recorrendo sistematicamente à mentira. A aldrabice está  de tal forma enraizada no discurso político, que já ninguém acredita numa palavra do que esta gente diz. Por isso, mais valia permanecerem calados. A forma grosseira e inqualificável como tratou a questão do resgate à banca espanhola é o último exemplo. Resgate chamamos-lhe nós, porque ele acha que é um "suave apoio financeiro". E sem contrapartidas, dizia. E sem afectar a dívida pública e o défice, acrescentava. E a seu pedido, não por pressões de Bruxelas. Tudo conseguido por ele, pessoalmente, ao contrário dos tótós de outros países que anteriormente se viram na mesma situação. Afinal, enquanto esbracejava entusiasticamente assistindo ao vivo a um jogo da selecção espanhola no Euro-2012, para onde se deslocou enquanto o país se via a braços com uma situação dificílima e potencialmente explosiva, viu-se desmentido sucessivamente em tudo o que tinha dito, como é óbvio. Claro que o empréstimo afecta a dívida pública, o que fez baixar ainda mais o "rating" e o receio dos mercados financeiros, o que se reflectiu imediatamente nas taxas de juro. É claro que Espanha já não escapa de um resgate financeiro clássico, que será de cerca de 500 mil milhões de euros e a banca sofrerá um primeiro castigo através de fusões, fecho de milhares de agências e despedimentos maciços de mais de 30000 empregados. Boas notícias, num país com 25% de taxa de desemprego! E que austeridade virá associada ao resgate do país? Talvez o Sr. Rajoy consiga contorná-la, quem sabe? Prepara-se uma "bomba" social no país vizinho. O resultado das políticas de sucesso e de "crescimento", dos governos anteriores. Lá, como cá. E aqui tem o Sr. Rajoy razão: os espanhóis não são os portugueses; basta ver o que se passa nas Astúrias e em Leão com a ameaça do fecho de minas de carvão. A revolta está nas ruas e promete...

quinta-feira, 21 de junho de 2012

TRAGÉDIA GREGA - CAPÍTULO SEGUINTE

     Na Grécia as sondagens davam a vitória nas eleições do passado domingo ao Syriza, partido de extrema esquerda, que se opõe ao programa da troika e o queria renegociar, ou simplesmente rasgá-lo. Com receio daquilo que se adivinhava se tal acontecesse, a saída da Zona Euro e certamente da UE, muitos gregos decidiram votar nos partidos pró-resgate, nomeadamente na Nova Democracia, que obteve a vitória, embora por escassa margem. Já existe acordo para a formação de um novo governo, mas a extrema instabilidade vai certamente continuar o que tornará o seu prazo de vida necessariamente curto e difícil. O país está profundamente dividido, está exangue, a população está de rastos e não há solução com viabilidade económica nos moldes actuais. Só há uma de duas vias, quanto a mim: ou a Europa assume de vez o custo económico de salvar a Grécia, perdoando-lhe quase totalmente a dívida e obrigando-a a tornar-se num país "normal", organizado, que cobre impostos e onde se trabalhe e as instituições funcionem normalmente, ou deixando-a cair no caos, cortando-lhe o financiamento, empurrando-a para fora da UE, abrindo caminho a uma ditadura militar e entregando-a à esfera de influência de Moscovo ou Pequim, assumindo assim o enorme custo político que essa decisão acarreta ao abrir um perigoso precedente. Ambas comportam sacrifício e risco. Estarão os actuais líderes europeus à altura de tal decisão? Não creio. Se estivessem não teríamos chegado até aqui. Para premiar os gregos pela votação do passado domingo, irá certamente haver um pequeno aliviar da pressão, talvez um alargamento do prazo de pagamento dos empréstimos, mas no essencial tudo continuará na mesma. O que se passou foi apenas um adiamento. Não me atrevo a fazer mais previsões que as que aqui ficam.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

DIALÉCTICA DA MORTE

    Dia triste, hoje. Pela manhã uma mensagem no telemóvel: "Faleceu o filho da colega F... O funeral é logo à tarde". Fiz rapidamente contas. Ela é da minha idade, portanto o filho deve andar pelos 20 anos. Nesta idade, como morrem os jovens? Pensei imediatamente num acidente ou em cancro. Soube depois que foi provocada pela rotura de um aneurisma. Mas pensei sobretudo na dor daquela mãe. Nós associamos sempre a morte à idade avançada, por uma questão de naturalidade. Tudo o que foge desse padrão ganha foros de anormalidade. E enquanto jovens, atribuímos à vida um carácter de perenidade que, quase sempre, apenas depois de um forte susto adquire o seu verdadeiro estatuto de transitoriedade.
     Que dizer a uma mãe que perde um filho jovem? Que palavras utilizar? Por vezes os melhores aliados são apenas o silêncio e um olhar cúmplice. Olhar que neste caso contém uma mensagem de gratidão pelo pequeno talismã colocado na minha mão há um ano na véspera de ser operado a um cancro e que me acompanhou nesse transe difícil. Afinal, a vida só tem sentido com estes pequenos gestos carregados de simbolismo e de fraternidade. Tudo o resto, é a espuma da inutilidade e banalidade com que enchemos o nosso quotidiano.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

MADOFF'S LUSITANOS

O tribunal federal de Houston, no Texas, condenou hoje o financeiro norte-americano Allen Stanford a 110 anos de prisão por uma burla de sete mil milhões de dólares (5,5 mil milhões de euros).
Allen Stanford, de 62 anos, conhecido por "pequeno Madoff" - em referência ao burlão e financeiro nova-iorquino condenado a 150 anos de prisão -, foi reconhecido como culpado em março último de ter enganado cerca de 30 mil investidores, de mais de 100 países, com investimentos via Banco Stanford International, com sede na ilha de Antigua, nas Antilhas.
O juíz David Hittner considerou os atos de Stanford como uma das mais "chocantes fraudes criminosas".
Na semana passada, o Ministério Público tinha pedido uma pena de 230 anos de prisão.
Allen Stanford está detido desde 2009.
    (Expresso online 15-6-2012)

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/110-anos-de-prisao-para-allen-stanford=f732993#ixzz1xsFLidIC

     Esta gente, que só posso apelidar de ingénua, insiste em praticar crimes graves em países subdesenvolvidos, em que se aplicam penas bárbaras! Vejam o que se passa neste pequeno torrão paradisíaco, paradigma do avanço do humanismo e das ciências forenses! Venham aprender connosco! Aqui sim, verdadeiro Reino de Lilliput, terra que regurgita de micro-Madoff's lusitanos. Vejam bem, por uma bagatela de 7000 milhões de dólares, apanha-se assim com 110 anos de prisão. Por cá, só o BPN vale isso. Fiquem pois atentos os nossos amigos do lado de lá do oceano à sentença deste nosso pequeno caso, se ainda forem vivos quando ela for proferida. Dois ou três aninhos com pena suspensa para a caça miúda; para os outros, um castigo bem mais severo: 12 ou 15 anos de pena efectiva, adiada de recurso em recurso até à prescrição final...
      Têm muito que aprender ainda, aqueles americanos...

quinta-feira, 14 de junho de 2012

ESPANHA - 3º CAPÍTULO

    As coisas estão a desenrolar-se com rapidez, em Espanha. A Moody's baixou o rating do reino em três níveis e os juros das obrigações a 10 anos tocaram a barreira psicológica dos 7%. Tudo se encaminha para, reafirmo, o desenlace inevitável: o resgate financeiro ao país. É claro que o PM espanhol vai dizer todos os dias, durante semanas, tal como fez Sócrates, que não precisam de ajuda, que Espanha vai resolver sòzinha o problema, que não são a Grécia nem Portugal...
     Entretanto a vítima seguinte percorre já o trajecto conhecido por Grécia, Irlanda, Portugal e quase finalizado por Espanha. A taxa de juro implícita das obrigações italianas a 10 anos já ultrapassou os 6,2 %. Mas o PM Mário Monti já veio afirmar que a Itália não precisa de nenhuma ajuda internacional. Ficamos todos mais descansados, sendo assim...
      Todos os dias têm sido levantados centenas de milhões de euros dos bancos gregos, italianos e espanhóis. A prova de fogo é já no próximo domingo, quando se souberem os resultados das eleições na Grécia. Aguardemos...

quarta-feira, 13 de junho de 2012

LICENCIATURAS "À BOLONHESA"

    Saiu recentemente o resultado de um estudo (estudos é com os portugueses), que apurou que de 2005 a 2011 a percentagem de comparticipação do Estado no custo de formação de um estudante  universitário, desceu de 44 para 38%, enquanto que, inversamente, o das famílias subiu de 56 para 62%. Concluiu também que, em média, o custo anual da frequência de um curso superior, imputado às famílias, anda pelos 6000 euros. Eu já tinha chegado a esta conclusão há uns anos, sem precisar de nenhum estudo. Bastou-me saber fazer contas de somar. Tendo três filhos na universidade em simultâneo, há quatro anos, posso corroborar esse valor. Mas atenção, o valor é válido para a licenciatura... Quando apareceu o Processo de Bolonha, pareceu-me que a mudança trazia "água no bico". Reduzir a duração de licenciatura de 5 para 3 anos? Milagre? Disse para os meus filhos que, quanto a mim, o verdadeiro motivo era o Estado deixar de financiar 5 anos com propinas limitadas a 1000 euros anuais, para passar a financiar apenas 3 anos, liberalizando o seu valor nos anos seguintes a que chamam "mestrado". O resultado está à vista. De 1000 euros anuais na licenciatura, passaram para 5300 euros nos dois anos de mestrado. Estamos a falar de universidades públicas! Digam o que disserem, que serve para harmonizar programas e cursos na Europa, etc, quanto a mim, o resultado prático foi dividir 5 anos em 3+2 e nos dois últimos duplicar ou triplicar o valor das propinas dos primeiros. A minha conta bancária em erosão acentuada confirma-o sem necessitar de estudos...

segunda-feira, 11 de junho de 2012

TROIKA RUMA A ESPANHA - 2º CAPÍTULO

   Em guiza de continuação do meu "post" de 29 de Maio, aí está o resgate a Espanha. Para já, apenas ao sector bancário, querem eles que se realce bem. Para que Grécia e Portugal, com as economias num colete de forças provocado por doses maciças de austeridade não comecem a estrebuchar, querendo igualdade  nas contrapartidas exigidas. Claro que a Irlanda tem toda a legitimidade para renegociar o seu programa, uma vez que foi a nacionalização da banca e respectiva recapitalização que obrigou o Estado a pedir ajuda internacional, tal como fez agora Espanha. Ainda há muito por esclarecer quanto às exigências da troika ( o FMI não participa no resgate mas sim no controlo e vigilância), mas como alguém disse "não há almoços grátis". Provavelmente, também a Europa está a ver se o problema se resolve assim, pois um resgate ao Reino, será de várias vezes 100 mil milhões... E exigir a aplicação de um programa de ajustamento financeiro com medidas de austeridade num país com uma taxa de desemprego de 25%, é acender o  rastilho de uma explosão social. Mas... E os mercados? Satisfazer-se-ão com isto? Duvido! E as dúvidas vamos tirá-las nas próximas emissões de dívida a 10 anos. Que taxas serão exigidas? E as necessidades financeiras urgentes das várias regiões autónomas, algumas em pré-bancarrota, como vão ser satisfeitas? Irá o governo espanhol tentar que algum do dinheiro a injectar na banca sirva para comprar dívida pública, evitando assim ir tanto ao mercado? Penso que isto será apenas um paliativo e dentro de algum tempo será inevitável um resgate ao país. Aguardemos os próximos capítulos...

sexta-feira, 8 de junho de 2012

CASO BPN

       O juíz titular do "caso BPN", diz que o atraso no processo se deve em boa parte ao seu computador, que está obsoleto e é muito lento, não tendo capacidade para efectuar consultas rápidas. Ora conhecendo bem o país em que vivemos, o regabofe e impunidade generalizada nos crimes de "colarinho branco" e o caos que reina no sistema judicial português, sugiro que se faça já uma subscrição ou peditório nacional, para se comprar e oferecer um portátil ao senhor juíz, com muitos gigas de memória, que seja bastante rápido para que, pelo menos não seja este o motivo invocado para a prescrição dos crimes, daqui a algum tempo...

quarta-feira, 6 de junho de 2012

PACTO DE REDENÇÃO

     Está em desenvolvimento na Alemanha uma ideia para aplicar nos países mais endividados do sul da Europa, para se financiarem nos mercados a taxas mais baixas, e em alternativa à emissão das já famosas Eurobonds. Chamam-lhe Pacto de Redenção e é, no fundo, a constituição de um penhor sobre as reservas de ouro que cada Estado possui, ou outros tesouros nacionais também elegíveis, que passarão a servir de garantia a novos empréstimos. No início do programa de resgate financeiro à Grécia, a Alemanha aconselhou os gregos a venderem as ilhas. Será que pretendem terminar agora a pilhagem que a Wehrmacht e a Luftwaffe não concluiram até 1945, nos territórios ocupados? Quando se negoceia um empréstimo, é sempre possível negociar também as garantias. Como os alemães mostram uma especial apetência por ilhas, eu proporia a entrega da ilha da Madeira, com a condição de incluir também o Alberto João no pacote...

terça-feira, 5 de junho de 2012

REDUÇÃO DA TSU

     A troika ainda não abandonou a ideia que defende desde o início do programa de ajustamento financeiro para Portugal: a desvalorização fiscal, através de uma forte redução nos descontos das empresas para a segurança social. O ministro das finanças, no comentário à avaliação trimestral, proferida hoje, veio anunciar que pode haver nos próximos tempos uma diminuição da TSU, mesmo que selectiva, por sectores da economia, pondo como condição que haja folga orçamental. Ora sabendo nós que, pelo menos desde a segunda metade do reinado de D. João V, não existe nenhuma folga orçamental nas contas públicas portuguesas, estamos conversados...

segunda-feira, 4 de junho de 2012

EDP "TROIKA" AS VOLTAS AO GOVERNO

  Na avaliação trimestral sobre a aplicação do programa de ajustamento financeiro que Portugal acordou com a troika, esta lamentou que a EDP tenha escapado aos cortes que o governo anunciou nas rendas que recebe o sector energético. Se é verdade que, tendo o Estado português vendido uma parte da empresa há bem pouco tempo aos chineses da China Three Gorges Corporation, por um preço muito favorável para Portugal, não seria muito curial desvalorizá-la agora reduzindo-lhe receitas contratualmente estabelecidas, não é menos verdade que não é por acaso que empresas desta dimensão e importância para o país, têm sempre nos seus conselhos de administração ex-ministros com grande peso político dentro dos dois principais partidos portugueses. E também aqui os dois partidos têm sido sempre iguais. Quando se trata de negociar interesses entre o Estado e grandes empresas privadas, bem sabemos de que lado tem ficado sempre o risco e o prejuízo... E se é fácil mexer no bolso dos contribuintes, vão lá ver se mexeram no da EDP? O ministro disse que mexia, não Mexia?...