quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O SAQUE CHAMADO IRS

    O governo diz que vai reduzir o número de escalões do IRS. Já estou a ficar mais triste que o Cristiano Ronaldo... Iniciei a minha carreira contributiva em 1977, aos 18 anos quando comecei a trabalhar. Passei por inúmeras alterações fiscais e em todas as vezes que houve alguma mudança fiquei sempre a pagar mais do que anteriormente. Fazendo parte da defunta classe média portuguesa, como trabalhador por conta de outrém, tenho sido mais espremido ao longo destes anos do que uma laranja num espremedor de citrinos. E neste capítulo, tão voraz se tem mostrado PSD como PS. A capacidade para arranjar alternativas é tão limitada num e noutro que invariavelmente vão acabar  por esbulhar sempre os mesmos. Como já retêm na fonte cerca de 50% dos nossos rendimentos só em impostos directos, não falta  muito para que, ao contrário da doutrina que apregoam, por ironia do destino e da história, coloquem em prática a cartilha estalinista da colectivização da produção e da riqueza, retendo os rendimentos na totalidade e responsabilizando-se depois pela satisfação das necessidades básicas da população, como habitação social, senhas de racionamento e de transporte. A continuar a este ritmo o saque com o inofensivo nome de IRS, há-de chegar o tempo em que no dia do pagamento do salário em vez de recebermos ainda temos que repôr alguma verba em falta...

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