terça-feira, 25 de setembro de 2012

O MONSTRO DA DÍVIDA PÚBLICA

     A dívida pública portuguesa atingiu o valor recorde de 120% do PIB. Ela tem vindo a crescer a um ritmo lento desde há décadas mas teve um crescimento exponencial desde 2005 e especialmente a partir de 2008, ano em que começou a crise internacional. É claro que em recessão, com o PIB a decrescer ela sobe mais rapidamente. E chegados a este ponto, já acho que Sócrates mesmo sem o querer, falava verdade quando há um ano afirmava em Paris que só as crianças é que acreditavam que a dívida das nações era para se pagar. É claro que sem se amortizar nada, com um défice permanente que tem que ser financiado com novos empréstimos e com as taxas de juro que nos estão a impôr é impossível pagar o que quer que seja. Há anos que eu afirmo que nunca vamos pagar o que devemos. Era preciso haver crescimento de 2 dígitos para a dívida diminuir. Ora com a actual recessão e com a previsão de crescimentos anémicos nos próximos anos a dívida irá subir para valores insustentáveis que nos empurrarão inevitavelmente para uma reestruturação. Há anos que vamos empurrando o problema para a frente. Cada vez que se vence um empréstimo, fazemos outro, maior, para o amortizar e pagar juros. Quem vier atrás que feche a porta... Com "hair cut" ou sem ele, não passaremos sem uma reestruturação da dívida. Mas resta-nos a consolação de que não estaremos sós. Haverá mais. A Grécia limitou-se a ensinar-nos o caminho. E como dizia a minha bisavó: "quando o mal é por todos, consolo é..."

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