quarta-feira, 26 de setembro de 2012
CUSTOS DE INTERIORIDADE
A história que aqui trago hoje, se não fosse real e trágica, seria por certo caricata e até hilariante. Trata-se da gravação do diálogo trocado entre uma operadora do INEM e o quartel dos bombeiros voluntários de Favaios, concelho de Alijó. É noite e apenas um elemento permanece no quartel, o que inviabiliza a saída de uma ambulância por não haver tripulante. Entre o espanto, a troca de informações atabalhoadas, a procura de alternativas e a entrada em cena de novos intervenientes, passaram-se quase 10 minutos, enquanto algures nos confins alguém agonizava esperando por uma ambulância que não chegava.
Quem se espanta com situações destas é porque não conhece o país em que vive. Com os governantes à cabeça desse completo desligamento com a realidade. A maioria só conhece o interior profundo do país por passagens esporádicas nas cidades em campanha eleitoral. Mas esta é que é a realidade! Gente iletrada, muitos que nem a 4ª classe completaram, vastas regiões abandonadas, problema agravado pelos sucessivos encerramentos de escolas, centros de saúde, postos de GNR, CTT, transportes, tribunais, tudo! Decisões tomadas no conforto dos gabinetes ministeriais em Lisboa diante de relatórios elaborados por consultores pagos a peso de ouro, baseados em critérios que desprezam em absoluto a coesão social, geracional e geográfica do país.
Apenas um bombeiro de noite, num quartel do distrito de Vila Real? Espanto? No litoral, há quartéis da GNR em que para acorrerem a uma chamada urgente têm que fechar o quartel e partir num jipe apenas com um elemento... Racionalização de custos, meus caros!
Ora vejam!
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=MRDh-5aEKkg
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