terça-feira, 3 de julho de 2012

NOVA LICENCIATURA-RELÂMPAGO

     Não há dúvida de que algumas universidades privadas foram uma grande invenção. E não foi só para o enriquecimento de alguns, como grande negócio que é, muitos "cambalachos" que se vão conhecendo aos poucos e muitos diplomas saídos na "farinha amparo". É também pela possibilidade inédita da atribuição do grau de "licenciatura-relâmpago", conceito e prática de que temos vindo a tomar conhecimento de há poucos anos para cá. Agora parece ser o caso do actual ministro Miguel Relvas, "licenciado" em Ciência Política na Lusófona. Segundo "O Público", a universidade limitou-se a pôr em prática uma lei de 2006 que permite que estas instituições possam reconhecer através da atribuição de créditos, a experiência profissional de pessoas que já tenham estado inscritas no ensino superior e que queiram prosseguir estudos. Ora como o ministro já tinha concluído uma disciplina em 1985, cumpria todos os requisitos. Acrescento eu, que isto no fundo é a aplicação da filosofia de funcionamento do programa "Novas Oportunidades" ao ensino superior. Não lhe chamam "certificar competências"? Isto bem aproveitadinho e em cinco anos ultrapassamos Finlândia e Dinamarca, aparecendo nas estatísticas da OCDE como o país europeu com maiores habilitações literárias na sua população.
       Quanto ao ministro em causa, o melhor é enviar já um mail para Paris, para garantir uma vaga em Filosofia no próximo ano lectivo...


Ver notícia completa em:

http://publico.pt/1553153

1 comentário:

  1. ... eu ainda me lembro de haver por cá muita gente que (infelizmente) tinha o "4º ano da praia", ou, em alternativa, o "4º ano da ribeira".
    Só que, nessa altura, as licenciaturas e doutoramentos não se compravam, tampouco serviam como prémio de fidelidade ideológica.
    (Salazar tinha MUITOS defeitos, mas para se ter um DR tinha-se de andar na Universidade, nos Seminários ou nas Academias).

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