segunda-feira, 9 de julho de 2012
CONFIANÇA NOS BANCOS - 1
O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, afirmou hoje que " a confiança é UM elemento
basilar da estabilidade financeira". Acrescentou ainda que "a literacia financeira conjugada com a regulação e a supervisão é essencial para a estabilidade financeira". E que "o sistema financeiro é sempre visto como algo diabólico"...
Ora eu sempre afirmei que a confiança é O elemento basilar da estabilidade financeira. E essa confiança demora anos a construir-se, paulatina e pacientemente, com atitudes, estratégias, comportamentos, actos de gestão ponderados e prudentes, contas sólidas e transparentes. Mas pode destruir-se num dia! E as pessoas não têm razão para terem hoje desconfiança e verem como algo diabólico, os bancos? Não são eles a causa remota do terramoto financeiro que se abateu em todo o mundo desenvolvido, arrastando a economia para o mesmo abismo? E porque aconteceu isso? Não foi pela desregulamentação quase total e fraquíssima supervisão, que deu asas à ganância e práticas muitas vezes criminosas de gestores bancários, tendo em vista a obtenção de lucros cada vez maiores, para satisfazer accionistas insaciáveis e eles próprios, gestores, com prémios e bónus milionários? E agora, como os bancos são entidades que são consideradas demasiado importantes para poderem falir, chamam-se os contribuintes a suportar os custos esmagadores de tal salvamento. Como falar de confiança no sistema bancário? E isto foi só há 4 anos atrás? Não! E passa-se com instituições de referência internacionais! Soube-se agora da manipulação da Libor e talvez da Euribor pelo Barclays; o JP Morgan está a ser investigado também. Não estamos a falar de BPN'S! Como ter confiança, Sr. governador? Andamos sempre a ouvir que está tudo bem. A banca portuguesa está sólida. Mas há 4 bancos que precisaram de fundos públicos para reforçarem o seu capital de base. E vamos ver se chega, se o incumprimento disparar, protegido por políticas facilitistas. A banca espanhola, passou nos testes de stress há poucos meses. Agora precisa de uma injecção de capital de 100 mil milhões de euros. Confiança, Sr. governador? Só se for "com fiança"...
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