sexta-feira, 20 de abril de 2012
DEMOCRACIA ANTI-DEMOCRÁTICA
Imagine-se o seguinte cenário: as grandes empresas e grupos económicos, fábricas, bancos, holdings empresariais etc, passavam a ter administrações nomeadas para quadriénios. Que essas nomeações eram feitas de entre três ou quatro candidatos que se auto-propunham ao cargo e escolhidos através do voto dos trabalhadores. O que é que acham que acontecia a essas empresas? O que lhes sucedeu nos tempos do PREC, quando as comissões de trabalhadores se apoderaram da gestão das mesmas e as colocaram na insolvência em pouco tempo. Não era viável, pois não? Seria um acto suicida. Mas... Não é isto que se passa quando escolhemos quem vai governar o país? Quando precisávamos que fosse escolhido o melhor, com grande capacidade de trabalho, inteligência, formação e educação irrepreensíveis, grande experiência de vida adquirida em variados contextos de trabalho, honestidade e firmeza de carácter a toda a prova, independência e um grande apego à sua pátria, aparecem-nos uns três ou quatro "artistas", que nunca fizeram nada de relevante nas suas vidas, com uma enorme habilidade para mentir e nós temos que escolher um, do meio desse restrito grupinho, para estar à frente dos destinos, não de uma empresa, mas do país! Chamaram a este processo de escolha e de nomeação "um processo democrático". Os resultados estão à vista em todo o lado. Têm-se colocado incompetentes à frente da maioria dos governos dos países desenvolvidos que nos empurraram para o colapso económico, financeiro e social. Este procedimento "democrático", paradoxalmente está a minar a credibilidade da democracia, fazendo emergir franjas extremistas que estão em rápida ascensão em toda a Europa. Temo que o resultado seja catastrófico a curto prazo. Lirismo? Utopia? Talvez. Mas se a democracia não arranjar outra forma de podermos escolher quem queremos para nos governar num processo verdadeiramente democrático e não um, tirado de um pequeno bando de "patos bravos" que nos é imposto, veremos dentro de algum tempo se tinha ou não razão.
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