quarta-feira, 18 de abril de 2012

AS NUVENS NEGRAS DO FMI

     Tivemos hoje as previsões do FMI para a Europa. Globalmente, são menos más do que anteriormente. Já no que diz respeito a Portugal, as perspectivas são negras. Para o próximo ano, a instituição prevê um crescimento de 0,3%, e nos anos seguintes, pouco melhor, até a 1,3% em 2017. Descontada a erosão de credibilidade que quaisquer previsões económicas têm actualmente, dada a volatilidade dos mercados, da imprevisibilidade da evolução económica dos principais blocos mundiais e do prazo relativamente alargado, o que fica é a descrença nas metas todos os dias reafirmadas: o regresso aos mercados em Setembro de 2013 e um crescimento capaz de sustentar a dívida. Gostava que alguém me explicasse como é possível manter uma dívida controlada com défices anuais das contas do Estado acima de 3%, juros a pagar em média entre os 3 e os 4% e um crescimento anémico que, segundo estas previsões, só em 2017 ultrapassará 1% ! A derrapagem no regresso aos mercados em 2013, resolve-se com um segundo resgate, acompanhado do inevitável reforço de medidas de austeridade. Já toda a gente espera por isso. Mas, mesmo para os optimistas de serviço, é cada vez mais óbvio que não escaparemos a uma reestruturação da dívida, que nunca conseguiremos pagar nos moldes actuais.

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