sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

TAXA DE NATALIDADE

      Hoje o Sr. Presidente da República dedicou o dia a chamar a atenção para o problema da baixa taxa de natalidade em Portugal. É de facto um problema grave e que se tem vindo a agravar de ano para ano de tal modo que já somos o país da Europa com a taxa mais baixa, o que faz adivinhar o futuro declínio do país, a quebra da população e a insustentabilidade dos sistemas de segurança social e das pensões a médio e longo prazos. É um problema que não se resolve por decreto e que na minha opinião tem origem tanto na crise económica como na crise de valores. No entanto, há outras questões que se levantam: o decréscimo do número de jovens que chegam ao mercado de trabalho, levaria a supor que teriam maior facilidade em aceder ao mesmo, o que não acontece, como bem sabemos. Ao contrário, a taxa de desemprego nos jovens é mais do dobro da média nacional. Pior ainda quando se sabe que nestes jovens desempregados há mais de sessenta mil com habilitações de nível superior. E não é por serem todos formados em antropologia, sociologia ou em "estudos para a paz"... Há portanto um grande contrasenso: precisamos de mais nascimentos, para termos mais jovens a entrar no mercado de trabalho, para haver sustentabilidade económica, mas depois não temos empregos para eles, não os deixamos trabalhar, e vamos-lhes dando cursos, mestrados, doutoramentos, para trabalharem nas caixas de hipermercados ou em "call centers". Em que é que ficamos? Os pais vão sustentando filhos até aos trinta, quarenta anos, com as suas pensões. Mas quem é que paga essas pensões se não deixamos entrar gente nova no mercado de trabalho? Os chineses? Os angolanos? Quem é que pega no leme desta Europa à deriva e lhe dá um novo rumo que evite o naufrágio anunciado?...

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