Os
juros dos títulos de dívida dos países periféricos da Zona Euro deram
um lucro de 1100 milhões de euros ao Banco Central Europeu, de acordo
com os dados do banco. Este lucro parte de uma carteira de 208 mil
milhões de euros em dívida portuguesa,
Notícia de hoje. Este lucro do BCE, vai agora ser repartido pelos bancos centrais de cada país, proporcionalmente ao capital que cada um representa, tendo a Alemanha a parte de leão, como é de calcular. É assim que funciona a Europa da solidariedade hoje em dia. Mais de 500 milhões são à conta da Grécia. Um país mergulhado numa recessão sem retorno, num desemprego que se aproxima dos 30%, com a rede social desfeita e uma sociedade em ruptura e desagregação. Portugal segue-lhe os passos a curta distância. Miséria, fome, gente a deambular pelas cidades de olhar vazio, sem esperança, sem trabalho, sem apoios de qualquer espécie. Hospitais sem materiais de primeira necessidade nem medicamentos para combater as doenças mais mortíferas e com terapêuticas mais onerosas. Não, não estamos a falar de qualquer país da América Central ou da África. São países europeus, da zona euro! Países que cometeram excessos sim, que se deslumbraram com o dinheiro e o crédito fáceis, mas que também se limitaram a cumprir directrizes emanadas pelos doutos comissários europeus, responsáveis pela política económica e monetária, apavorados pelos acontecimentos na América em 2008. E que agora estão a ser massacrados pelos países mais fortes que, para manterem os seus eleitorados satisfeitos, submetem os países do sul ao aperto de um torniquete de austeridade, saque por cobrança de juros agiotas e humilhação.
Não era por certo esta Europa que Jean Monnet e Robert Schuman sonharam. A Europa que através da solidariedade e do caminho rumo ao federalismo, afastasse o fantasma da guerra para sempre. Não era a pensar neste desfecho que em 1950 dizia:" A Europa não se fará de uma só vez nem de acordo com um plano único. Far-se-à através de realizações concretas que criarão antes de mais uma solidariedade de facto".
Estas notícias também saem nos telejornais alemães, holandeses ou finlandeses. Que também devem ir para o ar à hora de jantar. O que pensarão os cidadãos desses países, refastelados nas suas mesas bem abastecidas, quando vêem as reportagens em Atenas, com agricultores a distribuir gratuitamente laranjas e batatas a milhares de mãos que se estendem desesperadas, à frente de rostos famintos? Os rostos dos que são extorquidos para que o BCE lucre 1100 milhões para distribuir pelos países do norte? E os últimos estadistas ainda vivos, Jacques Delors e Helmut Kohl, o que pensarão?
A esta Europa eu digo: Não, obrigado!
Notícia de hoje. Este lucro do BCE, vai agora ser repartido pelos bancos centrais de cada país, proporcionalmente ao capital que cada um representa, tendo a Alemanha a parte de leão, como é de calcular. É assim que funciona a Europa da solidariedade hoje em dia. Mais de 500 milhões são à conta da Grécia. Um país mergulhado numa recessão sem retorno, num desemprego que se aproxima dos 30%, com a rede social desfeita e uma sociedade em ruptura e desagregação. Portugal segue-lhe os passos a curta distância. Miséria, fome, gente a deambular pelas cidades de olhar vazio, sem esperança, sem trabalho, sem apoios de qualquer espécie. Hospitais sem materiais de primeira necessidade nem medicamentos para combater as doenças mais mortíferas e com terapêuticas mais onerosas. Não, não estamos a falar de qualquer país da América Central ou da África. São países europeus, da zona euro! Países que cometeram excessos sim, que se deslumbraram com o dinheiro e o crédito fáceis, mas que também se limitaram a cumprir directrizes emanadas pelos doutos comissários europeus, responsáveis pela política económica e monetária, apavorados pelos acontecimentos na América em 2008. E que agora estão a ser massacrados pelos países mais fortes que, para manterem os seus eleitorados satisfeitos, submetem os países do sul ao aperto de um torniquete de austeridade, saque por cobrança de juros agiotas e humilhação.
Não era por certo esta Europa que Jean Monnet e Robert Schuman sonharam. A Europa que através da solidariedade e do caminho rumo ao federalismo, afastasse o fantasma da guerra para sempre. Não era a pensar neste desfecho que em 1950 dizia:" A Europa não se fará de uma só vez nem de acordo com um plano único. Far-se-à através de realizações concretas que criarão antes de mais uma solidariedade de facto".
Estas notícias também saem nos telejornais alemães, holandeses ou finlandeses. Que também devem ir para o ar à hora de jantar. O que pensarão os cidadãos desses países, refastelados nas suas mesas bem abastecidas, quando vêem as reportagens em Atenas, com agricultores a distribuir gratuitamente laranjas e batatas a milhares de mãos que se estendem desesperadas, à frente de rostos famintos? Os rostos dos que são extorquidos para que o BCE lucre 1100 milhões para distribuir pelos países do norte? E os últimos estadistas ainda vivos, Jacques Delors e Helmut Kohl, o que pensarão?
A esta Europa eu digo: Não, obrigado!
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