Ando cansado deste ambiente depressivo, pessimista e derrotista que está instalado na sociedade portuguesa. Os telejornais, redes sociais, imprensa escrita e rádios, andam cheios de notícias e debates onde só se ouvem e vêem relatos de miséria, casos de fome, contas por pagar, crédito malparado, encerramento de empresas, desemprego, deficientes cuidados de saúde, peditórios, solidariedade apregoada aos quatro ventos, desânimo. Por isso, no passado domingo, ao contrário do que é meu hábito, deixei-me arrastar para um centro comercial em Lisboa. Com a situação geral do país, certamente estas catedrais de consumo estariam longe das enchentes a que sou totalmente avesso. Entrámos de carro para o estacionamento subterrâneo. Logo aí, a primeira surpresa: os dois primeiros andares, vastíssimos, estavam já completos. Tivemos que descer até ao piso -3 e aí arranjar lugar. Depois, o caos: escadas rolantes completamente apinhadas, os corredores cheios de gente ávida de sacos na mão, as lojas regurgitavam de clientes, as zonas de lugares sentados dos restaurantes e bares totalmente ocupadas... Bem, talvez fossem pessoas apenas a passear... Mas, e as filas em todas as lojas, para pagar?
Saímos para o piso -3, em busca do carro. Engarrafamento para sair, de tal modo que as barreiras de saída estavam levantadas e controladas pelos seguranças para não entupir completamente o fluxo de trânsito. Lá fora, tudo completamente parado com milhares de automóveis parados à espera de uma nesga para escapar...
Finalmente conseguimos sair da zona e circular um pouco mais desafogadamente. E eu vinha de facto muito mais aliviado e intimamente repetindo uma frase que o meu pai muitas vezes proferia: "Deus Nosso Senhor nunca nos dê menos do que temos hoje"... Amén!
E então, não ficaste menos deprimido com esse prozac?
ResponderEliminarNão foi por isso que te "deixaste arrastar"?
É assim, João: a malta vai aguentar, aguentar ...
até nos borrarmos todos!