quinta-feira, 6 de junho de 2013

OS ERROS DO FMI

    O FMI veio hoje a público assumir erros próprios e culpas pela actuação no 1º resgate à Grécia. Dizem em comunicado que houve erros de avaliação, que esta se baseou em informações incorrectas por parte de Bruxelas e que deveria ter havido primeiro uma reestruturação da dívida e só depois o resgate. Ou seja, que a dívida era insustentável e que continuaria a ser com ou sem resgate. O que é curioso é que esta posição contraditória com outras de dentro da mesma organização, já não é nova. Com Portugal, tem-se passado o mesmo. Há comunicados a assumir erros, que o programa de ajustamento foi mal desenhado, que se enganaram no efeito recessivo dos multiplicadores, que a austeridade é demasiado violenta e que tem efeitos perversos sobre a economia, etc, mas depois quando vêm os técnicos da troika às avaliações, agem em sentido contrário ao teor desses comunicados, exigindo mais austeridade e mais cortes. Quem manda afinal no FMI? Há apenas uma estratégia? Ou não há nenhuma? Há só uma pessoa a mandar? Ou mais do que uma? E quem assume a responsabilidade pelos efeitos desses erros? Há pessoas (muitas) a sofrer terríveis consequências devido às medidas que nos obrigaram a tomar! Faz-se um comunicado inconsequente e fica tudo na mesma? E não é essa uma incumbência natural do governo de um país que se sente seriamente prejudicado por tais medidas erradas, o exigir consequências práticas dessa assumpção de culpas? Os governos têm como primeira missão defender os interesses do país, acima de quaisquer outros. Não o fazendo podendo fazê-lo, é uma falha gravíssima, que deve ser questionada por quem tem a obrigação constitucional de o fazer, ou seja, o presidente da república. Estará Gaspar a pensar confrontar os seus amigos e mentores, quando daqui a pouco tempo nos vierem fustigar na 8ª avaliação? Ou tem apenas para lhes mostrar o habitual sorriso melífluo e as vénias de vassalagem?

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