sábado, 6 de abril de 2013

CRISE POLÍTICA À VISTA.

    Em dois dias tive duas surpresas. Ontem, depois de uma espera de 3 meses, o Tribunal Constitucional considerou conforme à constituição a CES (contribuição especial de solidariedade) aplicada às reformas acima de 1350€, norma que desde que foi criada, eu esperava que fosse chumbada, como quase todos os analistas que tenho ouvido desde então. Não mudei de opinião e continuo a pensar que é inconstitucional, pois trata-se de um imposto que só atinge uma classe, neste caso os reformados, e que o tribunal só não chumbou, devido ao aparecimento, há umas semanas, daquele grupo de reformados


ricos indignados, com Filipe Pinhal à cabeça a reivindicar a devolução desta taxa. Esta pressão foi fatal. E, ao contrário, não esperava a declaração de inconstitucionalidade da cativação do subsídio de férias aos funcionários públicos e reformados.
     Posto isto, e com a marcação de um conselho de ministros extraordinário para hoje, pensava que se iriam analisar alguns cenários alternativos para solucionar o novo buraco criado, de 1350 milhões. Por exemplo, uma taxa extraordinária que retivesse 50% do subsídio de férias, agora a todos os trabalhadores e a negociação com a troika para que aceitasse alguma medida extraordinária e a derrapagem do défice, face a este cenário agora criado. Nada disso! O primeiro ministro acaba de solicitar uma reunião de emergência com o presidente da república, o que só pode significar, quanto a mim, que vai pôr o lugar à disposição. E o que aparenta ser uma boa solução para o país, acho que nos vai criar um futuro próximo ainda mais negro. Segundo resgate à vista, com o respectivo e violento pacote de austeridade extra e já na próxima segunda feira o descalabro na bolsa de valores e o disparar das taxas da dívida pública portuguesa. Vamos aguardar para ver o que sai da reunião de logo à noite, mas que temos uma crise política instalada, isso não temos dúvidas. Mas, felizmente não somos a Grécia, lá isso não somos...


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